AEL completa 20 anos Imprimir E-mail

O aniversário de 20 anos da Associação Estadual de Livrarias RJ foi comemorado segunda feira, 2 de dezembro, no Museu da República em clima de festa e mobilização. O presidente da Associação Antônio Carlos de Carvalho disse que é preciso ser mais radical no enfrentamento das irregularidades do mercado.

 

Cristiano Massa, da nova geração de livreiros, fala diante dos presidentes da Associação, antes do coquetel.

Cristiano Massa, da nova geração de livreiros, fala diante dos presidentes da Associação, antes do coquetel.

 

A música lounge, o prosecco e as tábuas de frios no jardim do Museu da Republica, no Catete,  deram o clima de  festa.  Mas o encontro dos livreiros no auditório momentos antes mostrou que em seus vinte anos a  AEL , apesar das conquistas.  tem muita luta pela frente.

Em seu discurso Antonio Carlos disse que manter uma associação sem fins lucrativos, baseada no trabalho voluntário dos sócios não é tarefa fácil. Segundo ele, há uma dança das cadeiras na AEL: poucos trabalham para muitos e se revezam nas funções da diretoria. Ele está na presidência pelo terceiro mandato consecutivo: ”Passaram cola na minha cadeira”.

Lembrou que apesar do panorama instável e conturbado do mercado livreiro no Brasil a AEL obteve várias vitórias e se consolidou  como representante das reinvidicações e anseios dos livreiros  fluminenses.

Entre as conquistas, citou a sede própria em 2006, depois de a Associação passar anos mudando de endereço;  as vitórias nas  licitações para troca do vale livro distribuido pela prefeitura aos professores e  o sucesso dos Roteiros de Livrarias, publicações que aumentaram a visibilidade das livrarias do Centro e Zona Sul.

Falou da luta contra a venda de livros nas escolas no mesmo dia em que o jornal Destak, um dos de maior circulação no Rio, publicou o segundo anúncio de uma série que sai até o fim de dezembro com a campanha da AEL:  “ Livro se compra em Livraria e não na escola”.

Antônio Carlos denunciou o boicote de algumas editoras a pequenas e médias livrarias e disse que é preciso mudar a forma de brigar com elas.” Sou bem brigão” disse “ trabalho com quem quero. Enquanto tivermos atitudes medrosas vai ser difícil”.

O aniversário da AEL  reuniu todos ex-presidentes da Associação, a exceção do primeiro,  Paulo Roberto Lisboa, que  se mudou para o Espírito Santo e trabalha em outra área. O segundo, Jack London, depois de iniciativas como a Booknet e o Armazén Digital também trocou de ramo mas disse que uma boa livraria não está fora do seu horizonte.

Solange Whehaibe, da Veredas, a terceira presidente e  uma das fundadoras da AEL destacou a representatividade que a  associação tem hoje com 55 filiadas no estado. O quarto  ex -presidente, Marcus Gasparian, da Argumento,criticou a política de financiamento do BNDES para o setor e considerou a AEL mais combativa que Associação Nacional de Livrarias.

A quinta presidente, Milena Duchiade, da Leonardo da Vinci, disse que a festa era uma homenagem a todos os diretores da entidade e fez uma menção especial a Elisa Peixoto Garani, da Romanceiro, falecida em 2006, que dá nome ao auditório da AEL.

Entre os editores presentes estava Vania Figueiredo, da editora Valentina, que antes, como livreira da Eldorado foi uma das fundadoras da AEL. Para ela, muita coisa não mudou nesses 20 anos mas a classe está mais fortalecida e citou o exemplo dos novos livreiros.

Entre estes o destaque foi para Cristiano Massa. Ele garantiu que se não fosse pela AEL sua livraria, a Edital, em Campo Grande, teria fechado. Considerou muito difícil esse tipo de comércio para quem não é do ramo e, graças às dicas que recebeu na Associação, ele que antes se dizia comerciante se considera agora um livreiro.

Para Cristiano,os problemas que tinha com as editoras eram devido à localização da  Edital em Campo Grande, no subúrbido do Rio. Mas frequentando as reuniões da AEL constatou que são problemas comuns a todos. Hoje ele  atua como um dos membros do Conselho Fiscal da Associação.

Também presente à comemoração estava o vereador Eliomar Coelho comprometido em defender os interesses da classe livreira carioca. Ele informou que o projeto de lei que torna a AEL entidade de utilidade pública precisa apenas ser sancionado pelo prefeito Eduardo Paes pois  já foi aprovado por unanimidade em segunda discussão na Câmara dos Vereadores.