AEL lança Guia de Livrarias na Convenção Nacional
Na 27ª edição, a Convenção Nacional de Livrarias, organizada pela ANL, confirma a vocação para encontro festivo não só de livreiros mas de todos profissionais do mercado editorial a começar pelo autor. Foram dois dias de confraternização e negócios em um hotel 5 estrelas, no Leblon, Rio de Janeiro.
Maurício de Souza com o presidente da AEL RJ, Antônio Carlos de Carvalho, e o estande da entidade na 27ª Convenção Nacional no Rio Na 27ª Convenção, a emoção do encontro foi com o quadrinista Maurício de Souza, que falou sobre paixão pelo trabalho. Relatou sua carreira desde os 18 anos, quando teve os desenhos rejeitados pelo jornal Folha de São Paulo, até o estúdio que tem hoje e emprega cerca de 300 artistas. Aos 82 anos Maurício, impressiona pela energia, disse dominar 84% do mercado nacional de quadrinhos, mas agora quer vender mais livros que gibis. Atendeu pedidos de autógrafos e de fotos e ainda assinou a placa com a Turma da Mônica entre livros dada às livrarias homenageadas pela Convenção. O momento histórico, no entanto, foi a última mesa da Convenção em que os presidentes da ANL, Bernardo Gurbanov; da AEL, Antônio de Carvalho; do SNEL, Marcos Pereira, e da CBL, Antonio Carlos Torelli mostraram a união das entidades em torno da lei que vai regular o preço do livro. Marcos Pereira disse que nunca estivemos tão próximos dela. No dia 23 de agosto o projeto de lei 49 /2015 da senadora Fátima Bezerra teve o relatório aprovado na Comissão de Consituição, Justiça e Cidadania do Senado e agora foi para a Comissão de Assuntos Econômicos, onde espera a designação de novo relator. A lei determina desconto máximo de 10% para livros novos durante um ano e defende a bibliodiversidade. Mas não há consenso sobre o nome. O presidente da CBL, Luiz Antonio Torelli quer Lei do Preço Justo enquanto o presidente do SNEL, Marcos Pereira prefere Lei do Preço Fixo, como existe em outros países, pois ela fixa o preço do livro como acontece com jornais e revistas. Com a possibilidade de aprovação da lei, o presidente da AEL, Antonio Carlos de Carvalho, questionou os mecanismos que permitirão o livreiro identificar os livros que serão protegidos por ela e como será a fiscalização junto aos comerciantes para que não burlem a nova regulação. Antonio Carlos também participou de outro momento importante da 27ª Convenção ao lançar o Guia de Livrarias da Cidade do Rio de Janeiro, livro que lista 204 livrarias do Rio, com localização no mapa e informações sobre segmentação e serviço de cada uma. Editado pela AEL, o livro é uma iniciativa pioneira . Foi distribuído a todos os participantes e recebido com grande entusiasmo pois interessa não só aos clientes de livrarias mas também aos players do mercado editorial. Mostra a concentração de livrarias no Centro e as regiões em que elas podem ser implantadas. Já o presidente do SNEL, Marcos Pereira anunciou que durante a Bienal do Rio, será lançada a campanha Leia. Seja, de incentivo à leitura. Ele acredita que a leitura pode desempenhar um papel importante na revolução ética de que o Brasil necessita. Idealizada pelo premiado publicitário Washington Olivetto, a campanha Leia. Seja traz cartazes com celebridades como personagens literários; Bella Gil vira Capitu, de Dom Casmurro; Bernadinho, o Capitão Rodrigo de O Tempo e o Vento e Baby do Brasil, a Emilia, de Reinações de Nazarinho entre outros. Outra novidade na 27ª Convenção foi uma apresentação da organização Two Sides. Fundada em 2008 por membros da indústria de comunicação impressa e presente nos 5 continentes ela prega o uso consciente do papel e procura desfazer mitos como o de que a comunicação eletrônica é mais ecológica do que a comunicação impressa e o papel. Nos debates foram apresentadas as diversas formas de ver a livraria contemporânea como a de Christiana Machado da Timbre que continua fiel à venda exclusiva de livros, Eliza Ventura que abre a Blooks para eventos dentro e fora da loja que nem precisam ter a ver com livros , e Mauricio Gouveia, do Sebo Baratos, pioneiro do e-commerce mas que hoje se recusa a vender a distância. Como de costume, a Convenção teve apresentação de empresas com oferta de serviços principalmente na área de novas tecnologias mas também de logística e treinamento de livreiros. A F1 Soluções Plataformas de E-commerce, do Rio Grande do Sul, deu apoio ao evento e o diretor Eduardo Oliveira, depois de fazer sua exposição para o público, disse ter cerca de 150 clientes no mercado editorial. Para ele, a Convenção propicia contatos para futuros negócios mas principalmente facilita o encontro com quem já é cliente e agiliza suas demandas. Entre editores, distribuidores e livreiros havia também autores como Sayonara Salvioli que, com seu último livro na bolsa, O ouro do capitão, lançado pela Chiado Editora, foi à Convenção para compreender melhor os mecanismos de distribuição junto às livrarias. Anibal Bragança, ex-livreiro, dono da Pasárgada, em Niterói, e hoje diretor da Editora da UFF, foi um dos fundadores da ANL e, depois de muitos anos, voltou à Convenção. Para ele a novidade foi a convergência de objetivos das entidades causada pela entrada no mercado de empresas que não são do ramo do livro. Ele também acha que os eventos para oferta de serviços deveriam estar em uma programação paralela à principal, que análisa temas do mercado e não misturados. Também considerou desnecessário a Convenção em um hotel 5 estrelas quando um mais barato, reduziria o valor das inscrições e atrairia mais livreiros. Mas o presidente da ANL, Bernardo Gurbanov, afirma que o valor das inscrições não tem a ver com as instalações. Segundo ele o evento deste ano no Rio teve mais participantes do que o do ano passado em São Paulo e mais apoiadores que viram a evolução no trabalho da entidade e a necessidade de dar apoio às livrarias. Para Gurbanov, "um evento empresarial sério e desafiador, com conteúdos importantes dever ter um entorno físico adequado, de primeira categoria. Vamos continuar com essa política." 01/09/2017 |