Travessa faz parceira com a Rio Antigo |
Livros raros e antigos estão na vitrine da Livraria da Travessa da rua 7 de setembro, cedidos pela Livraria Rio Antigo. A ação entre amigos, rara em outros ramos de comércio, homenageia o objeto livro, e mostra que ele sempre terá seu lugar ao sol.
Cliente folheia o Poema Sujo, de Ferreira Gullar, em edição da Confraria dos Bibliófilos do Brasil
A idéia de usar o acervo da Livraria Rio Antigo foi de Benjamim Magalhães da Livraria da Travessa: "É também uma homenagem ao passado de glória de Margarete Cardoso, considerada uma das maiores livreiras do Brasil", diz ele. Margarete, há 51 anos no ramo, é uma das sócias da Rio Antigo e se diz contente e envaidecida com a iniciativa. Em fevereiro os livros ficaram expostos na Travessa da 7 de setembro e em março vão para a loja da Travessa do Ouvidor.Conforme a repercussão o projeto continua. Segundo a livreira há de tudo um pouco mas especialmente livros antigos bem ilustrados, bem encadernados e primeiras edições da literatura brasileira. Ela destaca, porém, os livros editados pela Confraria dos Bibliófilos do Brasil, com sede em Brasília. A Confraria edita livros artesanais em máquinas de linotipo que, segundo seu presidente, José Salles Neto, estimulam o tato, o olfato e a visão. "O menos importante dos livros da Confraria são os títulos” diz ele “ são livros para sentir". Um dos títulos, é o Poema Sujo, de Ferreira Gullar, editado pela Confraria ano passado e que chama atenção do diplomata aposentado João Paulo Pimentel Brandão na vitrine da Travessa. Ele se diz um pouco bibliófilo e reserva o livro que, segundo a vendedora, está a R$700,00. João Paulo gosta de comprar em pequenas livrarias para que elas não acabem e fala de várias que frequentou na zona sul como a do Copacabana Palace, a Nova Galeria de Arte, fundada por um romeno primo do marido de Vanna Piracinni da Livraria Leonardo da Vinci. Enquanto abre as vitrines para os livros da Rio Antigo, a Livraria da Travessa investe no digital com a loja de e-books inaugurada em janeiro na internet. Benjamim Magalhães diz que por enquanto a venda é incipiente mas acredita na expansão do mercado. Ele não gosta de exercícios de futurologia,como diz, mas crê que, como no Brasil o número de livrarias é insuficiente, ao contrário da Europa, que tem uma em cada bairro, é possível que aqui o livro digital tenha mais espaço que lá. |