Por um Estado a favor da leitura Imprimir

O Ministério da Cultura reuniu profissionais ligados ao livro e à leitura para discutir em Brasília os novos rumos do PNLL/DLLB. Do encontro saiu um manifesto que pede a institucionalização de uma política de Estado através de uma lei de apoio à cadeia produtiva do livro.

 

Representantes da cadeia do livro e de bibliotecas propôem avanços para a leitura no Brasil

Representantes da cadeia do livro e de bibliotecas propôem avanços para a leitura no Brasil

 

"Nós militantes no campo do livro e da leitura" diz o manifesto " expressamos a urgência pela construção de uma política de Estado para o setor, traduzida pela institucionalização do Plano Nacional do Livro e Leitura, do Fundo Setorial Pró Leitura e do Instituto Nacional de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas, instituidos por leis nacionais."

Batizado de " Oficinas de análise e desenvolvimento do PNLL e DLLB", o encontro que gerou o manifesto aconteceu nos dias 30 de setembro e primeiro de outubro, em Brasília e reuniu desde escritores, incluindo um cordelista até os representantes da ANL, AEL, CBL e SNEL, dentre outras entidades, mais bibliotecários e deputados.

No segundo dia houve uma audiência pública na Câmara sob a coordenação da deputada Fátima Bezerra (RN) mais os deputados Paulo Rubens (PE), Artur Bruno( CE) e Marcelo Almeida (PR) com exposição de vários especialistas da área do livro.

Os representantes de livrarias foram: Ednilson Martins, da Cortêz em São Paulo, presidente da ANL, Milena Duchiade, da Leonardo da Vinci, do Rio, diretora da AEL, Mileide Flores da Livraria Feira do Livro , em Fortaleza, e Sheila Maluf , da Viva, em Maceió.

O encontro foi desenvolvido a partir de dois grupos de trabalho; um formado por representantes da cadeia do livro, com os setores criativo, produtor e distributivo, que inclui as livrarias. O outro grupo era formado por mediadores, representados por bibliotecários.

Para Milena Duchiade a concretização das propostas vai depender da força política de José Castilho Marques Neto, secretário executivo do PNLL, que reassumiu o cargo em junho e que também estava no encontro em Brasília. Antes, ele esteve à frente do PNLL de 2006 a 2011 mas pediu demissão por discordar da então ministra da Cultura Ana de Hollanda.

Milena lembra que outros governos já tiveram propostas semelhantes de apoio ao livro e leitura que não receberam continuidade. Cita como exemplo o Instituto Nacional do Livro , criado no governo Vargas por iniciativa do ministro Gustavo Capanema e que foi desmontado em 1990 no governo Fernando Collor de Mello.

Uma das propostas de Castilho é a criação do Instituto Nacional do Livro Leitura Literatura e Bibliotecas um organismo representativo que tenha autoridade e financiamento. Mas para isso , antes o PNLL tem de ser institucionalizado através de lei porque se trata de um plano a longo prazo além do mandato do atual governo que termina ano que vem, e de eventuais mudanças ministeriais.

Segundo Milena Duchiade, por causa de problemas de planejamento, sobraram 26 milhões de reais que não foram gastos pelo plano do livro popular coordenado pela Fundação Biblioteca Nacional. Essa verba volta para o Tesouro Nacional porque não haverá tempo hábil de ser utilizada antes do término do atual governo.

Sheila Maluf, da Viva Livraria e também representante da Liga das Editoras Independentes - Libre, saiu otimista do encontro em Brasília e diz ter confiança na equipe comandada por José Castilho; " Todos, de uma maneira geral acreditamos que somando a vontade de fazer com a vontade política vamos ter um resultado positivo para aqueles que militam na área do livro".

Nas oficinas em Brasília foram feitas propostas de apoio ao livro e à leitura em vários eixos. Para a s livrarias vai haver o apoio cultural com subsídios de até 30 mil reais para cada uma liberados através de editais a serem publicados no site do Ministério da Cultura.

Enquanto essas propostas não saem do papel, especialista em formação de leitores podem se increver até o próximo dia 15 no processo de seleção em que o PróLer, vinculado à Fundação Biblioteca Nacional , vai recrutar 15 profissionais para ministrar cursos na Casa da Palavra. Os cursos com duração de 20 ou 40 horas terão remuneração de 100 reais a hora .